ETF ou Fundo de Investimento: qual investir

Na hora de decidir entre onde investir seu dinheiro de forma diversificada, é normal se perguntar: ETF ou Fundo de Investimento? Qual a melhor alternativa para rentabilizar? Aqui a gente te conta!

ETF ou Fundo de Investimento

ETF ou Fundo de Investimento: se você começou a se inteirar do mundo de investimentos e já sabe que precisa diversificar para alcançar as maiores rentabilidades, já deve ter se deparado com alguns produtos que te dão acesso à diversificação.

Um bem famoso são os ETFs. Outro, os Fundos de Investimento. No entanto, entre ETF ou Fundo de Investimento há um mundo de distância. Cada um deles corresponde a um perfil de investidor específico, e é possível ter um, outro ou ambos na sua carteira. Para isso, entretanto, é importante saber as vantagens e desvantagens de cada um para os seus investimentos.

Se você está ciente das características de cada um, te recomendo ir direto olhar os prós e contras para cada perfil. Mas se não, segue a leitura para se situar ainda mais no mundo de investimentos.

ETF: Exchange Traded Funds

Os ETF nada mais são do que fundos cotados em bolsa. Um investidor pode pensar que eles são uma categoria de fundos, mas os ETF são bem diferentes: seu objetivo é dar acesso ao investidor a um índice de referência do mercado financeiro. Por isso, para entender os ETF, é importante ter em mente o que são os índices de referência.

Índices de referência

Um índice de referência será uma cesta teórica de ações que irá refletir algum critério ou aspecto da economia onde se queira investir. Caso você queira se expor ao setor industrial nos Estados Unidos, será necessário buscar o DJIA – Dow Jones Industrial Average. Esse índice reflete o desempenho das maiores empresas do setor industrial americano, dando pesos relativos a cada uma delas dentro dessa carteira.

Entretanto, caso você queira comprar os ativos na proporção que o índice indica – seja porque você confia nos princípios da indústria americana ou porque considera o Dow Jones uma instituição de respeito – será necessário comprar ativos na proporção mínima, o que tornaria o índice muito caro.

Para torná-lo acessível e replicar o efeito diversificação entre investidores, surgem os ETF: cestas de ação divididas em partes “palatáveis” pelo mercado. Adquirir o índice Dow Jones do setor industrial não só se torna possível, como fácil.

Quando buscar um ETF

Os ETF são buscados pelo investidor que tem foco em diversificar a baixo custo. Entretanto, ele também é escolhido por aquele investidor que não está preocupado com os rendimentos provenientes do investimento, mas sim em sua valorização.

Isso acontece pois os rendimentos do ETF, diferente do Fundo de Investimento, não são distribuídos via regra para os donos de cotas. Nesse sentido os ETF são fundos diametralmente opostos aos Fundos Imobiliários, que possuem obrigação legal de distribuir seus rendimentos semestralmente. Logo, porquê um investidor escolheria um ETF para investir?

Acreditar no índice de referência

Ao acreditar em um índice de referência usado na confecção de um ETF, o investidor estará investindo nos princípios que o norteiam. Isso significa que, caso o investidor queira investir no DJIA, ou no NYA (índice da Bolsa de Nova York) ele estará acreditando que esses setores ou segmentos de mercado tendem a crescer.

Uma vez que as ações que compõem o índice se valorizam, algumas cotas são vendidas e outras compradas para fazer o balanceamento da carteira de acordo com as proporções estipuladas no índice. O mesmo acontece com os dividendos provenientes desses ativos: eles são usados para aumentar o patrimônio total do ETF.

Por isso é comum que os ETF nos Estados Unidos tenham o indicador Total Return – esse indicador faz referência ao retorno estimado do índice, de acordo com a expressão:

valorização da cota + dividendos = retorno absoluto.

Buscar valorização de patrimônio

A valorização de patrimônio é um outro motivo para se optar pelo ETF. Uma vez que ele não gera rendimentos e não pode ser “sacado”, como um fundo de investimento, mas apenas vendido na bolsa, um investidor pode comprá-lo e aguardar sua valorização para então vendê-lo a um melhor preço.

Para o investidor que visa realizar trades com esse tipo de ativo – seja na forma de day trade com índices de maior liquidez, como o Ibovespa, seja swing trade com índices como o IFIX11 ou o SMALL11 – é necessário ficar atento que essas operações não são isentas de imposto de renda, diferente das operações de swing trade com menos de R$ 20 mil. Para as movimentações de ETFs, todo valor é passível de ser cobrado.

Quiser administrar ativamente o fundo

Como os ETF seguem índices de referência – muitas vezes com informações públicas e acessíveis para o investidor comum – é possível saber em que ativos o valor está sendo investido, para conferir se se concorda com a decisão dos gestores.

Isso costuma ser utilizado por investidores que acompanham o mercado há algum tempo e possuem alguma expertise na análise de empresas e seus indicadores. Fatores como a diversificação em empresas, saúde do segmento e movimentações de altos cargos de liderança são avaliados na permanência ou não de empresas nos índices.

Perfil do investidor de ETF

O perfil do investidor em ETF varia de acordo com o ETF escolhido. Alguns ETFs, como o Ibovespa, se comprados por investidores que se enquadram como holders (isto é, investidores que aguardam muito tempo para auferir os lucros de uma compra através do trade de valor) podem denotar um perfil moderado para conservador.

Outros, como o SMALL11 ou JOGO11, ETFs mais arrojados, com beta (fator de oscilação do mercado) acima de 1, caso comprados com a intenção de um trade, marcam o perfil arrojado de investidor.

Em ambos os casos, entretanto, o investidor é mais conservador do que aquele que investe diretamente nas ações – e que, portanto, confia no seu próprio julgamento para definir uma estratégia de diversificação – e mais arrojado do que aquele que busca apenas na renda fixa ou nos fundos de investimento estratégias para rentabilizar seu patrimônio.

Fundo de Investimento

Os Fundos de Investimento são uma forma de investimento regularizada pela instrução 555 da CVM, que consistem em clubes de investimento geridos profissionalmente. Esses fundos angariam valores por meio da venda de cotas aos seus associados e, através de uma gestão ativa baseada nos princípios do fundo, geram lucros ou prejuízos, que se refletem na valorização das cotas.

Ainda de acordo com a mesma instrução, os fundos de investimento podem ser classificados como Fundos Renda Fixa, Ações, Cambial e Multimercado. Cada um deles atenderá a perfis levemente distintos de investidores, mas possuem alguns aspectos comuns que devem ser observados.

Constituição do fundo de investimento

Entre ETF ou Fundo de Investimento, o fundo é o que possui uma composição considerada como “condomínio aberto ou fechado”. Isso significa que, enquanto o ETF é a replicação de um índice administrado por uma empresa, o fundo de investimento é um condomínio, no qual os cotistas são entendidos como condôminos – e que, consequentemente, possuem poder de voto sobre suas decisões.

O fundo de investimento, portanto, tem uma natureza que permite que sua gestão seja mudada caso os investidores não estejam satisfeitos – bem aos moldes dos Fundos de Investimento Imobiliários.

No que os fundos de investimento investem

Uma vez levantado o capital por meio da venda de títulos, os fundos irão investir de acordo com a proposta de cada um. É essa estratégia de investimento que irá classificá-lo como um fundo multimercado, de renda fixa, ações ou cambial.

O investimento do fundo irá atuar como uma espécie de diversificação, pois uma cota representará uma fração de todos os investimentos feitos pelo fundo. Diferente de ETFs, entretanto, ele não estará atrelado a índices nem precisará rebalancear sua carteira com ativos específicos. O objetivo é única e exclusivamente a maior rentabilidade com respeito ao princípio do fundo.

Quando buscar um fundo de investimento

Os fundos são buscados por investidores que queiram expor o patrimônio a rentabilidades maiores, confiando na atuação pró-ativa de gestores qualificados. Para isso é necessário conhecer e confiar no gestor do fundo e entender os fundamentos do mesmo.

Vantagem fiscal

Os fundos de prazo indeterminado possuem uma taxação flexível de Imposto de Renda sobre suas fortunas, sendo próprios para o longo prazo e dando vantagem para o investidor que aposta em deixar seu dinheiro rendendo.

Isso ocorre pois os fundos, após um ano de permanência, chegam à alíquota de 15% sobre os lucros auferidos, podendo os prejuízos serem abatidos do IR. Ao mesmo tempo, eles passam semestralmente pelo processo de come-cotas, que funciona como um adiantamento da cobrança do IR.

Nesse sentido os Fundos possuem uma vantagem quanto aos ETFs, uma vez que sua taxação é consideravelmente melhor no longo prazo.

Maior transparência

Quando o investidor quer entender os movimentos financeiros do seu capital, os fundos de investimento têm vantagem sobre os ETFs. Com uma política de transparência – nacional e internacional – mais rígida para os fundos, estes são obrigados a prestar esclarecimento sobre os resultados, enquanto os gestores de ETFs se preocupam menos com o assunto.

Recebendo informes mensais o investidor consegue tomar melhores decisões se retém o valor no fundo de investimento ou se o resgata diretamente no ETF.

Liquidez

A liquidez é diferente de fundo para fundo e isso impacta diretamente nos seus planos. Se o objetivo é curto prazo, os ETF podem ser mais interessantes – a valorização pode ultrapassar a alíquota do IR e sua negociação é feita no mercado da bolsa de valores, atendendo a lei da oferta e demanda. Já os Fundos podem ser resgatados, e por isso estão sujeitos a regra de cada fundo.

Para isso vale analisar se o seu objetivo é um investimento de longo ou curto prazo. Se o investidor não está preocupado em resgatar o valor em um curto intervalo de tempo, ele pode optar por fundos de investimento de prazos mais longos, obtendo vantagem tributária e de rendimentos.

Por outro lado, ainda há fundos que podem atendê-lo, com liquidez diária e devolução dos valores em D+1, mas é necessário observar se o lucro obtido nesse período vale a alíquota maior de 22,5% de Imposto de Renda.

Perfil do Investidor de Fundos

O investidor que tende a alocar o capital em fundos de investimento também precisa escolher entre fundos de maior ou menos risco – o que irá dialogar diretamente com o seu perfil. Fundos são divididos em modalidades distintas justamente para que sua nomenclatura e política estejam o mais claros possíveis para seus investidores.

Fundos de Renda Fixa podem ser considerados adequados para investidores conservadores. Normalmente superam em poucos pontos percentuais o CDI e conseguem acesso a investimentos de maior calibre, na forma de CDBs do mercado secundário ou LCIs e CRAs de maior porte.

Os Fundos Multimercado precisam ser estudados com cautela, pois o mesmo fundo pode possuir regras distintas de quanto irá se expor a cada mercado. Alguns podem ter foco em criptoativos, com um pequeno capital em renda fixa. Ou fazer o oposto. Logo, dentro dos fundos multimercado, há espaço para conservadores e arrojados.

Já os fundos cambiais e de ações são definitivamente mais arrojados, precisando ser analisados quanto a gestão e rentabilidade histórica (lembrando que rentabilidade passada não é promessa de rentabilidade futura). Isso significa que o investidor que procura fundos com esse caráter precisa confiar na capacidade de gestão do fundo, além de um objetivo de longo prazo para o mesmo.

ETF ou Fundo de Investimento

Saber a diferença entre ambos pode te dar um norte, mas ainda é necessário observar que cada produto tem seu foco. Os ETF procuram replicar índices e garantir exposição ao investidor a um segmento ou mercado que ele já conheça. Já os Fundos de Investimento seguem uma linha distinta: é justamente quando você não conhece um mercado que se deve investir em um fundo.

Além dessas características, outros pontos devem se manter no radar do investidor:

  • Prazo de resgate: se você tem um prazo pré-definido de resgate, os Fundos de Investimento costumam ser mais vantajosos. Prazos mais curtos, mas ainda assim estáticos, precisam de fundos de renda fixa, enquanto prazos mais longos, de fundos multimercado ou de ações.
  • Conhecimento do mercado: como ressaltamos, fundos são para quem quer terceirizar a tomada de decisão, e ETFs apenas para a diversificação dentro do que se conhece. Um é buscar auxílio profissional: o outro, diversificação ágil.
  • Imposto de Renda: se você procura diminuir ou abater o IR, os fundos acabam sendo os mais vantajosos, com a redução progressiva e o come-cotas desburocratizando o processo de prestação de contas, enquanto os ETF pedem por maior atenção ao aspecto fiscal.

No entanto, também não há necessidade de ficar entre um ou o outro. Existe outro cenário possível para o investidor, que é um e o outro.

ETF e Fundos de Investimento

Dentro do universo de investimentos, a diversificação pode acontecer de diversas formas – uma delas é entre classes de ativos. Caso todo o seu patrimônio esteja em ETF, você fica vulnerável aos movimentos naturais desse tipo de produto. O mesmo ocorre para fundos de investimento. Manter um e o outro dilui o seu risco e garante que você aproveite o melhor dos dois mundos.

Para isso, tenha certeza de que os Fundos de Investimento são aqueles utilizados para você entrar em mercados dos quais você não conhece profundamente. Um fundo multimercado que tenha como foco ações internacionais é um bom exemplo.

Um mercado internacional costuma ser mais arisco e dinâmico do que o brasileiro, que o investidor tende a ver todos os dias – no preço dos alimentos, nas noticias dos jornais, etc. Enquanto compra o ETF Ibovespa e aguarda a alta da bolsa, ele pode terceirizar os investimentos em fundos multimercado com foco nos EUA, ganhando nas duas pontas.

ETF ou Fundo de Investimento é uma pergunta feita por quem está começando. O investidor profissional pode investir em ETF e Fundos de Investimento.

Assine nossa newsletter semanal e receba notícias e dicas de investimentos globais toda semana