General Electrics (GE): investindo na empresa de Thomas Edison

A General Electrics está presente de quadros de força a turbinas de avião e equipamentos de imagem de raio-x. Com milhares de funcionários e Thomas Edison como um dos fundadores, conheça tudo sobre a GE e suas características!

Prédio da General Electrics (GE)

Em quase qualquer casa brasileira você vai encontrar um aparelho com o GE, símbolo da General Electrics. A marca, que existe há mais de cem anos, já passou por diversos ramos da tecnologia – de eletrodomésticos a partes de carros, turbinas elétricas e lâmpadas. O que todos tinham em comum era o fato de ser uma empresa de tecnologia de ponta.

O investidor que busca a General Electrics como investimento está buscando isso: investir em uma empresa consolidada de tecnologia com anos de mercado. Enquanto algumas empresas aparecem no topo das pesquisas quando falamos de tecnologia, poucas tem mais de vinte anos. Dentro do ramo, ela pode ser considerada uma das mais seguras – por isso, não deixe de conferir os detalhes sobre a General Electrics.

General Electrics

A empresa é líder em tecnologia de ponta, focando em setores específicos que variaram ao longo do tempo. Seu traço particular é ser, antes de tudo, uma empresa de resultados. Enquanto empresas como a Tesla e a Meta possuem foco em suas atividades, diversificando em empresas correlatas, a GE entende que é preciso fazer dinheiro, e não pouca esforços para investir nos setores que dão retorno. Com foco na sustentabilidade – tanto ambiental quanto dos negócios – é uma empresa resiliente em um setor volátil.

Setores de atuação

A companhia já passou por diversas configurações, mas hoje estrutura sua atuação em quatro áreas principais: Aviação, Saúde, Energia e Energia Renovável. É importante ressaltar que, entre todas essas áreas, um aspecto de sua operação se repete, que é o uso de softwares de informação para otimização de ganhos.

Cada uma das áreas possui um uso específico para softwares de informação, mas é importante perceber como cada um deles irá reforçar os ganhos obtidos no setor e potencializa a receita da companhia.

Esses setores foram quebrados, recentemente, em diferentes empresas que ficariam sob o guarda-chuva da holding General Electric. A manobra, buscando uma melhora no balanço fiscal e um melhor posicionamento de marca de cada uma das divisões do grupo, ocorreu em 2021.

Aviação

O setor de aviação da GE, conhecido como GE Aviation, é uma das partes mais lucrativas da empresa. Fornecendo equipamento aeronáutico, aeronaves, tecnologia e manutenção para divisões militares e civis ao redor do mundo, é considerada a maior empresa de tecnologia de aviação a operar nos cinco continentes. A companhia possui contratos com o exército Americano desde a Primeira Guerra Mundial, quando desenvolveu o Liberty, que até hoje, após inúmeras atualizações, é utilizado.

Além do desenvolvimento de turbinas e aeronaves, a GE também investe em sistemas automatizados de gestão de aeronaves. Entre esses sistemas temos gestão de altitude, piloto automático, fluxo de aeronaves e geolocalização. Esses serviços são contratados pelas empresas que compram as peças dos aviões, tornando um mercado rico e permitindo que a companhia atue em múltiplas bolsas internacionais.

Combustíveis renováveis

Dentro do setor de aviação a General Electrics está investindo fortemente em desenvolver uma linha de aeronaves que seja a geração “Combustível verde” das aeronaves. A investida é arriscada, mas promete maior sustentabilidade no longo prazo e coloca a empresa à frente de suas concorrentes no mercado, com um forte diferencial competitivo.

Saúde

A GE Healthcare, divisão de saúde e diagnósticos da empresa, foi uma que apresentou aumento nos resultados durante a crise do Coronavírus. Com equipamentos de diagnóstico médico e reforçando a linha de softwares e tecnologia da companhia, ela vende desde equipamentos mais rígidos, isto é, máquinas e tecnologia operacional, até o desenvolvimento de programas capazes de auxiliar a prática médica.

Segundo a companhia, a GE Healthcare investe mais de U$ 1 Bi em pesquisa e desenvolvimento (P&D) anualmente, com cerca de 260 mil pacientes atendidos com sua tecnologia por dia, e mais de 2 bilhões de exames realizados anualmente.

Os equipamentos vão desde máquinas de ultrassom, imagem, ressonância, ventiladores mecânicos (muito usados na crise do Coronavírus), aparelhos de monitorização e anestesia.

Correlatos: seguros e sistemas

Além da venda de equipamentos – no que consiste o core business da companhia – ela também comercializa serviços de reparo em equipamentos e integra o mercado de seguros de saúde. Assim, consegue capitalizar em duas pontas distintas do mercado de saúde: o cliente-consumidor, paciente, e o médico, que administra o tratamento.

Outro modo que a companhia encontrou de capitalização foi por meio dos sistemas integrados de saúde. Conectando os dados angariados nos diferentes equipamentos os sistemas inteligentes da empresa oferecem diagnósticos e auxiliam o trabalho médico. Sua contratação no formato SaaS fornece uma linha de receita que tende a crescer nos próximos anos.

Energia

Recentemente a divisão de Energia da companhia era dividida em duas linhas: a de energia fóssil e a de energia renovável. Entretanto, com a nova divisão proposta por Larry Culp, ambas serão fundidas na mesma empresa de energia, a única a permanecer sob controle da holding.

É importante ressaltar que, em ambos os casos, o que a General Electrics comercializa não são combustíveis – ela não é uma empresa geradora ou transmissora de energia ou extratora de óleo e gás -, mas sim uma fornecedora de equipamento tecnológico para essas operações.

Entre os produtos há sistemas de gestão automatizados de energia e tensão, placas de energia solar, pás de turbinas eólicas, hidráulicas e toda sorte de equipamentos de conversão energética. A divisão trabalha estreitamente com a divisão de aviação buscando combustíveis renováveis e aumentando a presença na indústria da aviação carbono zero.

História da General Electrics

A companhia possui uma história robusta no mercado americano. Funcionando há mais de 100 anos, é uma das mais antigas empresas de tecnologia do país, tendo sido fundada por grandes nomes da pesquisa científica e da inovação tecnológica. Em um contexto das grandes descobertas, a empresa foi fundada por um dos homens com maior volume de patentes registradas no mundo: Thomas Edison.

A empresa seguia um modelo, comum nos anos 80-90, de “diversificação a todo custo”. Na época, empresas que buscassem a diversificação estavam fadadas ao sucesso, então a General Electrics investiu em diversas linhas. No período, possuíam negócios entre entretenimento televisivo (eram donos da NBC), eletrodomésticos, saúde, linhas de crédito e as tradicionais lâmpadas.

Entretanto, a empresa enfrentou problemas com a crise de 2008, passando por muitos anos de constante quedas nos lucros e preços das ações. Isso levou a uma troca rápida de diretores: Jeff Immelt foi diretor entre 2001-2017, seguido por John Flannery, que saiu em 2018, e finalmente o atual Henry “Larry” Culp, que permanece na diretoria até então.

Thomas Edison e fundadores

De fato, a empresa foi criada quando dois dos maiores inventores relacionados a energia elétrica decidiram unir forças. Thomas Edison, inventor da lâmpada incandescente comercial, criou a Edison General Electric Company em 1890, começando a comercialização de bens de iluminação para o varejo.

No mesmo intervalo, a Thomas-Houston Company, de Charles A. Coffin, concorria com Edison pela posição de destaque no ramo de produtos elétricos. O que poderia ter sido uma corrida pela inovação tornou-se uma relação de reciprocidade quando, em 1892, ambas as companhias se fundiram para criar a General Electrics.

A companhia tinha a iluminação como um de seus carros-chefe, mas as reestruturações que tiveram início com Jeff Immelt e tendem a continuar até 2024, sob o comando de Culp, já se encarregaram de vendê-la.

Cisão recente

Desde 2017 a empresa tem “enxugado” seu portfólio de subsidiárias e focado em conteúdos onde possam atuar de maneira estratégica. O objetivo é ressignificar a atuação da empresa, deixando de ser uma fornecedora de equipamentos de uso cotidiano e focando em infraestrutura de tecnologia.

Esse movimento levou a venda de algumas de suas divisões, como a NBC para a Comcast, a divisão de eletrodomésticos para a chinesa Haier e a divisão de lâmpadas para a Savant Sistems, as duas últimas entre 2016 e 2020.

Hoje ela estuda se dividir em três empresas, a partir das quais oferecerá a infraestrutura de tecnologia para os mercados associados: A GE Healthcare, a GE Aviação e a GE Power, fornecendo esses serviços nos setores de saúde, aviação e energia elétrica.

Além delas, a linha da GE Capital, braço financeiro da holding, deverá ser mantida. Os planos são para reestruturação e desmembramentos até o fim de 2024, o que dá bastante tempo para que o plano se consolide.

Histórico da General Electrics – GE

As ações da GE passaram por uma profunda desvalorização desde os anos 2000, quando eram orçadas no seu maior valor histórico. A companhia passou por diversos desdobramentos ao longo dos anos, buscando “baratear” o preço das ações, sendo que mais recentemente ela performou o movimento contrário.

Ela possui um beta – isto é, um fator de oscilação com o mercado – de 1,02, sendo considerada uma ação de volatilidade média. Os analistas têm entrado em consenso que as divisões devem acarretar um aumento no preço das ações.

Lançamento das ações

As ações foram lançadas em 1896 – uma das doze empresas originalmente listadas no Índice Dow Jones para empresas. A empresa foi listada no índice até 2018, ano no qual foi substituída pela Walgreens Boot Aliance (WBA). Seu preço inicial equivaleria, hoje, após os splits e agrupamentos, a U$ 0,30 centavos de dólar.

Fundos e topos históricos

Nesse meio tempo a empresa esteve em constante valorização, tendo perdido maior parte do seu valor desde que deixou o índice, a partir de 2018. De janeiro de 2017 até junho de 2022 a companhia havia desvalorizado cerca de 70% – de U$ 250,00 até os U$ 67,00 negociados no fim de junho.

Neste meio tempo seu auge foi em 2000, quando foi avaliada como a empresa mais valiosa do mundo na época. As ações estavam cotadas (na quantidade equivalente a hoje) em U$ 480. Desde então a empresa sofreu sérias desvalorizações, e seu fundo mais recente foi em torno de U$ 43,52, durante maio de 2020. Na ocasião, diversas ações em bolsa estavam sendo negociadas abaixo do valor de mercado devido a crise do coronavírus.

Desdobramentos e Grupamentos

Entre 1962 e 2022 a companhia havia passado por sete splits, ou desmembramentos. Foram eles:

Data do SplitProporção
26/02/2019100:104
08/05/20001:3
12/05/19971:2
16/05/19941:2
26/05/19871:2
02/06/19831:2
08/06/19711:2
Desdobramentos da GE entre 1962-2022

Seguindo essa proporção, uma ação comprada em 1962 equivaleria, em 2019, a 96,04 ações. Esses “splits” ocorreram em épocas de supervalorização das ações, buscando aumentar sua liquidez para o mercado como um todo.

Entretanto, com a queda de valores a partir de 2018, a companhia realizou um agrupamento em 2021 na proporção de 8:1. A partir disso, uma ação comprada em 1962 equivaleria, em 2022, a 12 ações.

Valorização

Apesar da forte desvalorização entre 2000 e 2022, a companhia não deixou de valorizar. Em 1962 (maior intervalo de dados acessível) as ações eram cotadas a U$ 5,83, tendo sofrido uma valorização de 1.156% até junho de 2022, quando estavam sendo negociadas entre U$ 58 – U$ 67.

Como comprar ações da GE

As ações da GE podem ser incorporadas ao portfólio de um investidor de três maneiras: via BDRs com o código GEOO34, através do ativo diretamente na bolsa americana (NYSE), sob o código GE, ou ainda através de ETFs que tenha a General Electrics na composição de sua carteira de ativos.

Todos podem ser adquiridos via homebrokers (no caso de ativos na NYSE seriam necessários homebrokers especializados) ou carteiras administradas com foco em ativos internacionais.

BDR: GEOO34

Como todo ativo listado na B3, as BDRs da GE são listadas com um código de 4 letras, o GEOO34. São BDRs não patrocinadas listadas na bolsa, negociadas em junho de 2022 entre R$ 380 e R$ 333. Como toda BDR, a GEOO34 também está sujeita a variação cambial do dólar na oscilação de seus preços.

NYSE: GE

Negociada na Bolsa de Nova York (NYSE) desde 1986, a GE possui alto volume e liquidez no mercado, sendo negociada no mês de junho de 2022 em torno de U$ 68 a ação. Possui um volume médio de 7 milhões de cotas negociadas por dia útil e possui uma capitalização de mercado (market cap) de U$ 73,8 Bi quando da mesma data.

NYSE: ETF’s

Outra maneira de ter acesso, mesmo que indireto, às ações da GE é através dos ETFs que possuem a ação em sua cesta. Como partem do pressuposto da diversificação, será possível encontrar outras companhias de ramos ou atividades correlatas nesses ETFs, mas possuindo alguma participação da GE.

Eles tendem a ser mais estáveis do que as companhias individualmente, mas também não oferecem os ganhos na proporção que as companhias quando em momento de alta.

ETFs com maior exposição a GE

Listamos abaixo uma relação dos três ETFs com maior exposição à GE. Isso não significa que a GE seja o principal ativo de suas carteiras, mas que, dentro do universo de ETFs que comprem ações da companhia, esses são os com maior percentual da empresa em suas carteiras.

CGDV

O CGDV é um ETF listado pela Capital Group que busca dar um retorno de dividendos superior aquele oferecido pelo S&P 500. Para isso busca boas empresas pagadoras de dividendos que performem acima da média do índice de referência.

Neste ETF a empresa ocupa um total de 4,03% do total de ações, quando de junho de 2022. Atende aos quesitos do ETF ao proporcionar um DY de 0,5% ao ano, considerado levemente acima da média americana.

CTEX

Este ETF mira empresas de tecnologia que tenham como foco o desenvolvimento de produtos verdes – isto é, ambientalmente sustentáveis. Ele replica o índice S&P Kenshoo Cleantech Index.

Neste ETF a empresa ocupa um total de 3,98% do total de ações, quando de junho de 2022. Atende aos quesitos do ETF ao proporcionar um investimento constante em tecnologias verdes e possui um compromisso e divisão com combustíveis renováveis.

FMIL

Gerido pela Fidelity, este fundo tem por objetivo o investimento em empresas subvalorizadas, buscando ganho de capital ao longo do tempo. Entretanto, ele é um fundo não-transparente, isto é, um fundo que não expõe quais ativos tem se dedicado ao longo do tempo, nem se fia a um índice.

Apesar disso, ele informa uma alocação de 3,12% na companhia. O setor de tecnologia como um todo ocupa 8% do portfólio do fundo, que possui alta volatilidade.

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