Bolsas Mundiais: conheça os principais mercados de renda variável no globo

Nem só de B3 vive o investidor: as bolsas mundiais são outra oportunidade de investimento para quem busca chances de multiplicar seu patrimônio e se arriscar em mercados consolidados ou emergentes ao redor do globo. Conheça as principais!

Bolsas Mundiais representadas pelos prédios das três maiores bolsas do mundo

Quando o investidor quer maior estabilidade e rentabilidade, ele procura para além do seu país e se depara com as bolsas mundiais. O mercado internacional é marcado por uma variedade de locais onde se negociar as maiores ações do mundo, aproveitando as melhores taxas de câmbio existentes. Conheça as opções para além da B3 e invista como um profissional, com diversificação e exposição às bolsas mundiais.

Maiores bolsas do mundo

Existem diversos fatores a serem analisados quando pensamos nas maiores bolsas do mundo. O termo pode possuir uma definição estática, baseado em indicadores como o market cap, a quantidade de empresas e o volume de transações, por exemplo.

Por outro lado ele pode se basear em atributos mais qualitativos, como resiliência em momentos de crise, ou ainda ser o que analistas chamam de “small caps dos países”, isto é, países com alto potencial de crescimento, mas subprecificados.

A negociação de bolsas pode ocorrer por meio de ETFs, comprando índices similares ao IBOV11 no Brasil – índices que replicam o desempenho mais geral da bolsa de valores de cada país – ou por meio do investimento em ações específicas dessas bolsas, diretamente onde elas são negociadas.

As vantagens de se investir diretamente em bolsas internacionais é fugir dos perigos nativos de ativos que, como os BDR, estão sujeitos a múltiplas taxas de câmbio e juros. Uma carteira com esse tipo de diversificação possui resiliência em períodos de crise e pode se aproveitar do ânimo de diferentes governos em impulsionar a produção nacional.

Quantidade de empresas

A quantidade de empresas negociadas é um fator de diferenciação entre as bolsas mundiais. Isso ocorre pois seja no mercado nacional ou internacional há muitos custos envolvidos em fazer parte de uma bolsa de valores. Desde a documentação, que não é barata, até o capital necessário para que valha a pena, o processo de IPO é oneroso e mostra a maturidade comercial da empresa.

Um grande número de empresas listadas em bolsa, por consequência, costuma ser sinônimo de uma economia madura e de um mercado interno forte, capaz de prover lucro para aquelas empresas. Esse movimento pode ser um dos parâmetros na hora de avaliar sua entrada em uma bolsa.

A quesito de comparação, em 2022 a Nasdaq, uma das principais bolsas americanas, listava cerca de 5400 empresas, enquanto a B3, monopólio de bolsas no Brasil, possui cerca de 500 empresas, entre nacionais e estrangeiras.

Market Cap

Outro fator para se avaliar as bolsas mundiais é a métrica de Market Cap. O Market Cap, ou market capitalization, é uma métrica que avalia em quanto aquela bolsa está avaliada, e funciona com uma simples operação matemática, em que se multiplica o valor de mercado de cada ação pelo seu total. A partir disso, é possível estimar quanto o mercado está disposto a pagar por aquela bolsa.

Por exemplo, se fizermos a capitalização de mercado, o Market Cap, da companhia Tesla (TSLA), medindo através do ativo listado na Nasdaq, veríamos que uma ação chegou, em novembro de 2021, a ser negociada por U$ 1.243,49. Esse valor, multiplicado pelo número de ações da Tesla em circulação na época fez com que valesse quase U$ 1 tri.

Volume de transações

Já o volume de transações é a métrica que avalia o total de contratos negociados, ou seja, aqueles que trocaram de mãos ao longo de um dia de negociação. Essa é a definição de Flávio Lemos, analista CNPI em seu livro “Análise Técnica dos Mercados Financeiros”. Observar o volume de transações sempre é importante do ponto de vista de ativos, para identificar se eles possuem alta ou baixa liquidez. No caso de bolsas mundiais, isso se refere a quão ativas elas são.

Bolsas muito ativas apresentaram um alto volume de transações – isto é, diversos investidores interessados em seus altos e baixos. Consequentemente, as bolsas internacionais com maior volume de transações conseguirão apresentar liquidez superior, um aspecto que o mercado internacional olha com muito bons olhos.

América do Norte

Lar das maiores bolsas do mundo, respectivamente, a Nyse e a Nasdaq, a América do Norte está em peso nas bolsas mundiais. Além delas, também possui no mercado as bolsas do Canadá (a Toronto Stock Exchange) e do México (a BOLSAA).

Diferente do Brasil, os países da América do Norte possuem certa concorrência no que diz respeito a bolsas, fazendo com que o mercado internacional preste mais atenção e elas sejam consideradas bolsas mundiais. Como o objetivo é aumentar a sua diversificação, focamos nos principais mercados internacionais de cada continente, com algumas subdivisões sociais e culturais, além de geográficas.

New York Stock Exchange – NYSE

A Bolsa de Nova York – New York Stock Exchange (NYSE) é considerada a maior bolsa americana e a maior do mundo. É através dela que o imaginário de Wall Street (rua de Nova York onde está localizada) se consolidou na mídia – filmes como O Lobo de Wall Street e A Grande Aposta não tem a cidade como local atoa.

A NYSE, uma das principais bolsas mundiais, com os famosos monitores de cotação de ativos, nos quais investidores se reúnem e dão lances nos investimentos
New York Stock Exchange – NYSE

A Nyse possui, até junho de 2022, quase oito mil ativos listados, entre ETFs, Reits, Índices Futuros e ações. Além disso, o mercado internacional trabalhava com um volume médio entre 2 bilhões e 6 bilhões de ações diariamente. A empresa faz parte do conglomerado Euronext, operando em bolsas ao redor do globo.

O principal índice que acompanha o desempenho da bolsa, diferente do que muitos pensam, não é o S&P 500 ou o Dow Jones, mas o NYA, o NYSE Composite Index, ou “Índice composto do Nyse”. Esse índica, que está para a bolsa de Nova York assim como o Ibovespa está para a bolsa brasileira, reflete o desempenho da bolsa como um todo.

Abaixo você pode conferir um gráfico atualizado em tempo real desse ativo e de sua evolução histórica:

National Association of Securities Dealers Automated Quotations – NASDAQ

A Nasdaq – irmã caçula da NYSE enquanto uma bolsa internacional – também se destaca como uma das maiores bolsas do mundo e, diferente da bolsa de Nova York, é marcada pela sua modernização. Além de ser a preferida por empresas de tecnologia que queiram começar a buscar espaço no mercado de capitais, ela nunca foi adepta do balcão por voz, a modalidade vista nos filmes de fazer lances “falados”.

Sempre aderindo a modernidade e ao desenvolvimento tecnológico, a Nasdaq foi uma das primeiras a implementar modalidades como o lance por telefone ou telégrafo, além de mais de 8400 títulos, entre ETFs, Índices, ações e REITs.

Seu principal índice é o NDX, o índice que mede o desempenho das 100 maiores empresas não financeiras da bolsa. Abaixo você confere seus valores em tempo real, dia a dia.

América do Sul

A América do Sul também aparece nessa lista, pois é importante contextualizar os mercados latinoamericanos no contexto global – mesmo que o investidor já conheça as características do Brasil, este se localiza entre as maiores bolsas do mundo. E claro, operado pela famosa B3.

B3

A B3 – Brasil, Bolsa, Balcão – é a única bolsa de valores do Brasil, maior país da América do Sul: tanto em extensão territorial quanto em PIB, mercado consumidor e potencia política. Frente aos vizinhos no norte é fácil perder a dimensão do tamanho do país, mas ele segue como um nome de peso no mercado internacional.

A B3 é tanto uma empresa quanto o monopólio – um dos poucos desse segmento no mundo – de bolsa de valores no país. A empresa em si está listada na bolsa como B3SA3, mas o principal índice que acompanha o desempenho das ações listadas na bolsa é o Ibovespa, índice famoso pelas suas altas e quedas.

O país, profundamente dependente da exportação de commodities, tem o valor de sua bolsa impactado constantemente pelo mercado internacional e a variação do dólar.

Inglaterra

Avançando mais a leste, sem entrar propriamente em território europeu, é importante destacar o lugar singular que a Inglaterra ocupa no mercado mundial. Com uma moeda mais forte do que o Euro – a Libra – o país se distanciou de seus vizinhos europeus com o Brexit.

O movimento político que fez a Inglaterra deixar a União Europeia impactou pesadamente a Bolsa de Londres, a London Stock Exchange (LSE). Entre os anos de 2021 e 2022, a bolsa de Amsterdam desbancou a Inglaterra enquanto mercado mais relevante da Europa.

LSE

Avaliada em torno de U$ 8,32 trilhões em setembro de 2021, a London Stock Exchange – LSE – é uma das bolsas mais antigas do mundo, existindo desde 1801. Listando desde empresas de exploração de especiarias em terras ao redor do mundo no seu começo até as principais empresas de tecnologia dos Estados Unidos e Europa, a London Stock Exchange permite a exposição em libra e no mercado inglês (que engloba a Irlanda, Escócia, País de Gales e Inglaterra).

O interesse pela LSE é tão grande que mesmo a Nasdaq tentou comprá-la entre os anos de 2005 e 2007. Entretanto, as repetidas ofertas feitas pela gigante americana foram rechaçadas pelo grupo que as considerou “muito abaixo de seu valor”. Na época a oferta era de £ 2,4 bilhões pela empresa.

Europa

Também famosa devido a existência da primeira bolsa no mundo, a Companhia das Índias Orientais, na Holanda – na época, chamada de Vereennigde Nederlandsche Oostindische Compagnie (VOC). É a partir dela que palavras como “ação” e “bolsa” ganham sentido, já em 1600. Com tanto tempo de funcionamento, não surpreende que seja um dos mercados mais maduros do mundo, onde moram diversas novas oportunidades.

Euronext

Os holandeses, com tanta experiência, evoluíram o sistema do mercado financeiro e, ainda hoje, possuem a sede da maior bolsa europeia em seu país – a Euronext. Localizada em Amsterdam, ela é chave para o mercado internacional, integrando empresas de todos os cantos da Europa.

Vários países do bloco europeu possuem empresas negociadas na Euronext. É o caso da França, Inglaterra, Irlanda, Portugal, Espanha, Dinamarca, Bélgica e, claro, Holanda. Em cada um deles é negociada uma média de 700 empresas, por mais de 6 milhões de investidores em cada país. O índice Euro Stoxx 50 compila os dados das top 50 empresas na Europa – um bom termômetro entre as bolsas mundiais.

Oriente Médio

Embora palco de cenários de repressão política, o Oriente Médio possui uma gama de países – muitos deles membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a OPEP – com grande poder de barganha no mercado internacional. De fato, muitas das bolsas mundiais são diretamente impactadas pelo fluxo financeiro que circula por esses países.

Saudi Stock Exchange

Única exchange autorizada a operar no Reino da Arábia Saudita, a Saudi Stock Exchange experimentou seu topo histórico em Maio de 2022, com a alta do petróleo, alcançando números nunca antes vistos. Entretanto, não são apenas empresas exportadoras de petróleo que funcionam no país, mas também de bancos, seguradoras e grandes conglomerados comerciais. O principal índice da Saudi Stock Exchange é o índice TASI, sendo o MT30 o índice responsável por medir as 30 maiores empresas, entre as quais a Saudi Aramco, principal empresa internacional privada de extração de petróleo.

Africa

No território africano há muitas oportunidades na exploração de riquezas como metais, pedras preciosas e exportação de Petróleo. O continente possui também grandes conglomerados internacionais sediados, como a Naspers – dentre suas aquisições estão a OLX.

Foco econômico das trocas com o Brasil por estar em uma posição geográfica vantajosa para o comércio internacional é a Africa do Sul com a Bolsa de Johannesburg se destacando entre as bolsas mundiais.

Johannesburg

A Johannesburg Stock Exchange (JSE) é a maior bolsa da África. Sediada na África do Sul, a bolsa é uma das vinte maiores exchanges do mundo e possuía, em 2020, uma capitalização de mercado de U$ 1 trilhão. São mais de 1200 empresas listadas, com o segmento de empresas classificadas como BBBEE, uma sigla para “Broad-Based Black Economic Empowerment”, ou “Empresas amplamente baseadas em empoderamento da economia negra”.

O SA40 é o índice que avalia as 40 maiores empresas da África do Sul, listadas na JSE. O ativo é representado parcialmente abaixo com o SouthAfricaX, gráfico das empresas sul-africanas listadas na bolsa americana.

China

Tema de diversas matérias do jornalismo econômico e financeiro, a China tem em seu país uma realidade múltipla que reflete nas bolsas internacionais hoje e há bastante tempo. Enquanto o crescimento acelerado do país nas últimas décadas tornou-se um case de sucesso para investidores no exterior, a recente desaceleração somado às crises do coronavírus fez os olhos do mundo se voltarem para lá.

Duas bolsas são as principais responsáveis pela atividade econômica do país: a bolsa de Xangai, propriamente consolidando, junto da bolsa de Shenzen o mercado chinês, e a bolsa de Hong Kong, que como o distrito, goza de uma situação política particular.

Xangai

Junto de Shenzen, a bolsa de Xangai controla a maior parte das atividades econômicas financeiras do país. Apenas em 2021 a bolsa teve uma circulação de U$ 370 trilhões – recorde entre as bolsas internacionais. Uma vez que o país é um grande importador de commodities e exportador de produtos, é natural que o mercado internacional se veja impactado por seus fluxos.

Em 2022 o país anunciou novo lockdown em suas cidades, dentre as quais Xangai. A reação foi nova queda em efeito dominó de diversos mercados ao redor do globo. O país ainda concentra a maior população – e consequentemente mercado consumidor do mundo – tornando-se um lugar de alta produção e circulação de riqueza.

O principal índice do mercado chinês na bolsa de Xangai é o CSI 300. O índice agrupa as 300 principais empresas das bolsas de Xangai e de Shenzen (o vale do silício chinês). É o principal índice, devido a sua liquidez, utilizado por operadores de trade que estudam o mercado chinês e seus princípios.

Hong Kong

Uma das “regiões especiais” do regime chinês, Hong Kong vive sob o lema “um país, dois regimes”. Essa frase de efeito dá uma noção especial da situação única que a cidade-Estado vive. Em regime especial desde o fim da Segunda Guerra Mundial, foi um núcleo de economia liberal durante a Guerra Fria, tornando-se um paraíso para investidores de todos os cantos.

A economia de Hong Kong funciona livre de taxas e buscando um câmbio fixo entre o dólar americano e o dólar de Hong Kong, na proporção de 7,8:1. Seu mercado internacional é forte, com exportações e importações superando em muito o PIB do país, composto basicamente por serviços (mais de 80%). Além disso, o país também concentra a sede de muitas empresas das bolsas mundiais, funcionando como ilha administrativa na Ásia.

O índice da bolsa de Hong Kong é o Hang Seng Index (HSI).

India

É importante destacar que aqui nos referimos ao subcontinente indiano como um todo, o que inclui diversos países, como Vietnam, Laos, Camboja, Paquistão, e claro, a Índia. Com a segunda maior população do mundo e o sétimo maior território, o país é um mercado rico e tem sido responsável por se destacar no setor de serviços com profissionais capacitados para a área de tecnologia.

NSE-India

Dentro do país, a mais antiga bolsa em operação é a National Stock Exchange of India – ou NSE-India. Em 2021 foi a décima bolsa internacional em capitalização de mercado, com U$ 3,4 trilhões de dólares em circulação. Além disso é uma bolsa com forte caráter especulativo – no mesmo ano ela foi a bolsa internacional com maior número de contratos futuros em circulação, superando Nova York e Xangai.

Seu principal índice é o NIFTY 50, um índice que avalia as 50 maiores empresas listadas na NSE-India. O ETF é acessível apenas via corretoras internacionais, não sendo negociado na bolsa brasileira.

Japão

O “país do Sol nascente” é lar de muitas das teorias de análise técnica dos mercados financeiros. A tradição de ser um país voltado para a ciência e tecnologia é antiga: técnicas como a Nuvem de Ichimoku ampliaram o repertório de quem opera em trade. Além disso, lendas não faltam de samurais que teriam ganhado rios de dinheiro na Bolsa de Arroz, a primeira bolsa de mercados futuros do mundo, e da criação e nomeação dos candles – a forma gráfica da variação do preço da ação – com nomes como doji. É um país onde o desenvolvimento econômico colocou-o entre as bolsas mundiais em posição de destaque.

Tokyo

A bolsa de Tokyo – Tokyo Stock Exchange (TSE) – também figura entre as maiores do mundo: a terceira maior, para ser exato, com mais de 3 mil empresas listadas e avaliada em mais de U$ 4,3 trilhões em capitalização de mercado. Ela já experimentou seus altos e baixos, mas segue extremamente bem posicionada no mercado internacional.

Seu principal índice é o Nikkei 225, que faz a média ponderada das 225 maiores empresas do índice – há ainda o Topix, espécie de índice de blue chips da bolsa japonesa e o J30 Index, que avalia as 30 maiores empresas do setor industrial. Entram em todos esses índices famosas empresas como Toyota e Hyundai.

Oceania

Por último, mas não menos importante, a Oceania está em uma posição privilegiada, atuando como intermediária do mercado internacional entre Oriente e Ocidente via mar, com a Austrália representando sua economia mais forte. Com um dos maiores territórios do mundo (6º), a Austrália também concentra uma população heterogênea e goza de um dos maiores IDH’s do mundo.

Australia Stock Exchange

A ASX – Australia Stock Exchange – opera mais de 2100 empresas, tendo ficado entre as três maiores bolsas do conjunto Ásia-Oceania. A capitalização de mercado chega a U$ 1,2 trilhões, com U$ 3,2 tri negociados diariamente.

Seu principal índice é o ASX 200, que lista as 200 maiores empresas. É possível ver uma queda acentuada ao longo do mês de junho com um aumento nos casos de confinamento na China – um dos principais exportadores do país. As relações entre a Austrália e as grandes potencias que a cercam – Índia, China e Japão – torna esses índices com uma correlação forte entre si.

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