Como investir no exterior com mais segurança, o guia básico

Risco Brasil é a soma de inflação, instabilidade política, corrupção e tudo que nós, como brasileiros, estamos acostumados. Por isso, entenda os detalhes de como colocar o seu dinheiro para trabalhar para você no exterior!

como investir no exterior

Investir no exterior normalmente é considerado algo complicado, cuja dor de cabeça não vale a pena para o pequeno investidor. É algo para os “big players”, ou assim se costumava se pensar. No entanto, novas abordagens de negócios e flexibilizações permitem que qualquer um tenha acesso aos investimentos fora do país, e consequentemente, a segurança e rentabilidade que o primeiro mundo ou potenciais emergentes possam oferecer.

Como funcionam os investimentos no exterior

Cada país hoje está inserido no mercado financeiro global com suas empresas e negociando ativos em tempo real. É essa rede de investidores que sente os impactos de uma guerra ou mudança de política e que leva a bolsa – direta ou indiretamente – para cima e para baixo. Estar presente nos mercados internacionais é estar à frente do movimento de países como o Brasil, que tendem a acompanhar, mais do que liderar, o mercado global, favorecendo quem quer investir no exterior de aportar o seu dinheiro em outros lugares.

Quais são as principais bolsas internacionais?

Para que diferentes ações de diferentes empresas sejam negociadas, é necessário um espaço onde a oferta encontra a demanda – essas são as bolsas de valores. No Brasil se opera com exclusividade a B3 (Brasil, Bolsa e Balcão), porém há diferentes logísticas para diferentes países.

Por exemplo, nos Estados Unidos algumas bolsas de ação disputam as melhores taxas de operação – a Bolsa de Nova York (New York Stock Exchange, ou NYSE) e a Nasdaq (National Association os Securities Dealers Automated Quotations). Essas são as maiores, mas não as únicas bolsas no país. 

A existência de diferentes bolsas em um país não mudam muito o preço das ações, uma vez que o mercado tende a se autorregular. Porém, elas permitem maior disputa sobre as taxas de compra e venda de ativos. No Brasil, onde a bolsa é um monopólio da B3, a taxa é fixa em 0,037% para negociação e 0,0275% para liquidações.

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Origem do termo “bolsa”

Em seu livro “Análise Técnica dos mercados financeiros” Flávio Lemos explica porque chamamos esses centros de “bolsa”. O termo “bolsa” faz referência às primeiras negociações de ações – shares em inglês, que significa “partes”: a negociação de partes da Companhia das Índias Orientais, em torno de 1600. O termo “bolsa” é usado pois as ações na época eram papéis que continham os termos afirmando que eram parte da empresa, e estes eram guardados dentro de… bolsas. Como as ações eram usadas para financiar viagens de navio até as Índias para comprar especiarias, havia muita especulação sobre navios abarrotados de riquezas e naufrágios, o que movimentou a bolsa e fez com que, nos primeiros meses, ⅓ dos papéis tenha trocado de mãos.

Porque investir no exterior

Há diversos motivos do porque um investidor buscaria alocar seus recursos fora do país. A maior parte dos homebrokers e sites de corretoras, por exemplo, oferecem comparativos de carteiras de investimento com o dólar e sua variação. A verdade é que as grandes potências mundiais são termômetro para muitos fatores na nossa vida, e investimento não é diferente. Dois motivos sobressaem: proteção de carteiras através da diversificação de mercados e maiores rendimentos.

Diversificação de mercados 

Imagine o seguinte cenário: crise hídrica. Nesse momento, as companhias de energia elétrica começam a enfrentar a seca dos reservatórios e apresentam resultados piores. Se sua carteira só possui empresas desse segmento, é natural que ela seja impactada.

Caso você possua companhias de energia elétrica e bancos, por exemplo, esse risco reduz pela metade. Apenas um dos setores foi afetado. Se você possui quatro ativos – telefonia, bancos, elétricas e automobilística – o risco cai para um quarto. E assim sucessivamente.

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O mesmo acontece com ativos concentrados em um mesmo país ou território. É a chamada concentração de mercado. Você fica sujeito a situações geopolíticas daquele país. Em caso de guerras, má administração, corrupção ou escândalos nos altos escalões do governo, assim como a posição daquele país na geopolítica, colocam todos os negócios feitos – de bancos e seguradoras, de alimentação a lazer – em risco.

Por isso a diversificação de mercados – assim como a diversificação de ativos e segmentos – é importante para a proteção de um portfólio. Ela garante ao investidor jogar dos dois lados de uma disputa entre países, e quem quer que ganhe e perca, ele ganha – o que favorece quem quer investir no exterior.

Diversificação ideal

A Teoria de Markowitz aponta 15 como o número de ativos ideais. Isso ocorre pois, além disso, você perde os ganhos de ter os ativos concentrados. Quanto mais diluídos, mais o rendimento da sua carteira tende a baixar. No entanto, acima de 15 ativos existe um risco que você não consegue suprimir: o risco do contexto.

Se uma pessoa possui 15 casas em uma rua, e essa rua desaba – por uma obra de metrô, por exemplo – todos os seus ativos são atingidos simultaneamente. É muito difícil 15 casas ficarem sem inquilinos, mas todas estão sujeitas a esse evento. O mesmo ocorre com quem, por acaso, resolve investir no exterior: o risco de juros e inflação em múltiplos países reduz consideravelmente.

Rentabilidade no exterior

Um exemplo do desempenho de ativos internacionais frente aos ativos nacionais foi bem exposto no ano de 2021. A alta do IPCA impactou negativamente quase todos os setores da bolsa brasileira, fazendo com que quase toda forma de investimento tivesse sofrido. O único que ficou de fora? Os BDR’s.

Outro comparativo pode ser identificando a rentabilidade do Ibovespa, principal índice de ações do país, com o S&P 500, índice das 500 maiores empresas americanas, dá um gostinho do resultado de investimentos internacionais. Enquanto o Ibovespa cresceu, nos últimos cinco anos, a uma média de 12% ao ano (com rendas fixas pré-fixadas no Brasil hoje superando essa média), o S&P 500 cresceu mais de 16% ao ano no mesmo período.

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As rentabilidades divergentes levam em consideração a variação cambial, postura geopolítica de cada país onde o mercado está inserido e maturidade dos setores que compõem esse mercado. E até agora falamos apenas de gestões passivas de ativos financeiros. Uma gestão ativa, como a proposta no Wealth Management, pode trazer lucros exponenciais.

Formas de investir no exterior

Há diversas formas de se investir no exterior, todas com seus prós e contras. Ao levar em consideração taxas, segurança e número de intermediários entre você e seus ativos, tenha certeza de que a escolha feita corresponde aos seus objetivos. Não falamos dele logo no começo à toa: tenha-os sempre em mente para tomar as melhores decisões com seus investimentos.

Corretoras

As corretoras internacionais funcionam de maneira muito similar às corretoras brasileiras: isto é, você deposita o seu dinheiro e começa a operar, através delas, a compra e venda de ativos internacionais. E assim como as corretoras brasileiras, elas cobram taxas sobre operações e a cada nova vantagem ou serviço que oferecem para a sua operação. Os valores são necessariamente dolarizados, mas não sem antes experimentarem uma taxação forte na mudança cambial.

Bancos internacionais

Bancos internacionais não são muito diferentes das corretoras quando seu objetivo é investimento no exterior. Com uma variedade muito maior de serviços – de previdências privadas a administração de contas poupança em diversos países – os bancos internacionais tem mais infraestrutura do que as corretoras. Essa infraestrutura, no entanto, lida com muito mais serviços do que uma corretora precisa se preocupar.

Taxas cobradas pelos bancos e corretoras

Ambos, assim como funciona no Brasil, cobram as respectivas taxas de operação – de fato, é assim que a maior parte das corretoras internacionais faz dinheiro. Essas taxas se somam às de IOF e de IR, raramente abatidas quando chegam no Brasil, e ainda sujeitas a eventuais taxações nos países onde os ativos são negociados.

Fundo local que investe no exterior

O fundo local que investe no exterior pode fazer isso de diversas maneiras: ele pode passar por uma corretora, pode procurar uma gestora internacional, ou pode comprar ativos não dolarizados, como BDR’s e ETF’s da economia internacional. 

O risco deles é a multiplicação de intermediários: com tantas etapas entre o investidor pessoa física e o ativo, é natural que as taxas vão se multiplicando. Além de todas as que mencionamos acima, pense na remuneração do gestor do fundo local. As taxas de administração – que podem ser relativas, por exemplo, tudo aquilo que exceder o IPCA, ou absolutas, na marca de 1% a 10% a.a., vão acabar pesando na rentabilidade do seu dinheiro.

Caso esses fundos apliquem o seu dinheiro em ativos não dolarizados, o risco dobra – com a recente queda do real, por exemplo, qualquer ativo internacional cairia duas vezes: uma pelo dólar, outra pelo ativo. É o tipo de juros compostos que um investidor não quer ver – o juros composto negativo.

Através de gestores internacionais

Gestores internacionais administram finanças em um modelo similar ao do Wealth Management – com eles, você deixa que seu dinheiro seja administrado por profissionais para alcançar seus objetivos. Diferente do Brasil, no entanto, os gestores internacionais têm um escopo muito maior de atuação e produtos mais variados. Investir em economias emergentes ou procurar o mercado imobiliário de países como Japão e Canadá é uma realidade com gestores internacionais.

RIA’s

Os profissionais responsáveis pela gestão nessas empresas não podem ser quaisquer um. No Brasil, por exemplo, para poder fazer recomendação de compra e venda de ações um analista precisa possuir um certificado CNPI. É um certificado nacional que atesta a competência técnica do analista para decidir o que é um bom investimento e o que não é.

Outros países também possuem suas formas de verificar a competência de um profissional cujo trabalho é cuidar das reservas de dinheiro de outras pessoas: são os RIA. A sigla significa “Registered Investment Advisor”, que significa “Assessor de Investimentos Registrado”.

Para possuir um RIA o profissional de investimento precisa se dedicar aos estudos de legislações tributárias e dos direitos de acionistas e sociedades anônimas, além de demonstrar competência na análise técnica e fundamentalista de ações. É um processo trabalhoso, do qual só costumam se certificar os melhores no campo.

Barreira de entrada

Embora mais capacitadas e com um escopo muito superior, as gestoras internacionais normalmente (e salvamos uma alternativa no final pra você conferir) possuem uma alta barreira de entrada. As burocracias e complicações financeiras fazem ser pouco interessante para a maior parte das gestoras aceitar valores inferiores a U$ 1 Milhão. Isso, consequentemente, faz com que a maior parte dos investidores se veja excluída dessa forma de investimento.

Wealth Management para investir no exterior.

Em meio a tantas opções de investimento, é importante entender o que é o Wealth Management e como ele faz sentido para você. Wealth Management é a gestão de riquezas pessoais feitas por profissionais de investimentos. Através dela você permite que o fruto do seu trabalho não desvalorize com a inflação, mas se multiplique com investimentos certeiros.

O Wealth Management é entender que, assim como você confia em um técnico para consertar seu carro e em um dentista para cuidar do seu dente, você precisa de alguém qualificado para gerir sua riqueza. Em meio a diferenças de regulações, língua e cultura, é importante contar com uma dessas assessorias para garantir os melhores resultados de uma operação.

Vale a pena investir no exterior?

Não só rende mais como é mais seguro alocar os seus recursos no exterior. E embora algumas gestoras forneçam uma alta barreira de entrada, essa não é uma obrigação. A Twelve é uma das poucas gestoras internacionais que permite investimentos a partir de U$ 1.000,00. Com isso, você se vale de um Wealth Management robusto para aproveitar as melhores tendências desse mercado. 

EXTRA: Confira todas as modalidades de investimento no exterior!

Para quem não quer deixar passar a oportunidade de investir fora do Brasil, criamos o eBook “Guia do investidor Global – Tudo que você precisa saber para começar a investir no exterior” para você conferir dicas, referências e formas de multiplicar o seu capital em economias de primeiro mundo. Tudo que você precisa para se tornar um investidor global profissional.

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