A Microsoft (MSFT) se solidificou no mercado de tecnologia ao longo dos anos, se tornando cada vez mais imprescindível para usuários de todos os níveis. De softwares e aplicativos, passando por games e plataformas de entretenimento até hardwares, a companhia de Bill Gates se destaca com a diversificação de produtos no segmento de tecnologia.
A empresa é uma gigante em seu setor, não há como negar isso. Com soluções de ponta a ponta no segmento, a Microsoft domina o mercado competindo com a Apple o primeiro lugar em empresas mais valiosas do mundo.
MSFT
Negociada na nasdaq com o ticker MSFT, a Microsoft possui uma gama de empresas e produtos do ramo da tecnologia. Seu objetivo é atender desde o programador desenvolvedor de alto nível até o usuário iniciante de tecnologia que precisa de uma interface fácil de usar.
O mercado de tecnologia é vasto em detalhes, com alta competitividade e uma baixa barreira de entrada. Nele, os principais ramos que se destacam são: infraestrutura de rede (que inclui tecnologias de gestão e bancos de dados em nuvem), redes sociais, estrutura de hardware e games e entretenimento. A Microsoft está presente em todas.
Segmentos da Microsoft
Diferente de outras companhias, a Microsoft não atua como holding, mas com diferentes segmentos, todos eles com foco em soluções de tecnologia interrelacionáveis. Esses segmentos se inserem em todos os principais ramos do setor, fazendo com que a Microsoft tenha uma disputa com todos os gigantes tech.
Buscador Bing
Um pouco utilizado pelos brasileiros, mas segundo em market share atrás apenas do Google é o Bing. Esse buscador, com grande adesão asiática, foi desenvolvido pela companhia em 2009 e desde então é fonte de renda de anúncios.
Entre desenvolvedores é conhecido por ser “mais democrático” do que o Google no que diz respeito a informação de qualidade, sendo uma busca por quem mira mercados internacionais e quer “aparecer rápido” para a audiência.
Softwares de produtividade e negócios
Nessa divisão a Microsoft se sagra como imbatível no mercado, tendo como concorrente direto também o Google. A divisão de softwares é responsável pelo Windows, pela família Office (que inclui o Word, Excel, Power Point e muitos outros), pela família Power (entre eles o Power BI, os Power Apps, um aplicativo low code para empresas e a Power Platform), e pelas plataformas Outlook e OneDrive.
Uma divisão mais próxima do B2B (business to business), a Microsoft se posiciona oferecendo uma série de produtos para otimizar a rotina de trabalho de empresas. Ela alia a esses aplicativos – que já são pré-requisitos em qualquer currículo – duas outras ferramentas: o LinkedIn, sua rede social de negócios, e a Azure, sua plataforma de cloud computing.
Redes sociais
Reforçando a noção de uma companhia B2B, a Microsoft adquiriu em 2016 o LinkedIn. A rede social já possui mais de 500 milhões de usuários, mas ainda possui grandes margens de crescimento para fora dos Estados Unidos. Seu principal concorrente, mesmo que indiretamente, são as redes da Meta (entre elas Facebook e Instagram).
Com um público com poder aquisitivo superior as redes sociais do Meta, o LinkedIn também se torna uma fonte de renda através de mídia paga. Mas não apenas. A rede também coleta pesquisas, é utilizado por empresas como software de recrutamento e permite uma série de sinergias com outros produtos do grupo.
Porém, a rede não é a única. Além de já possuir Skype e MSN, em 2018 a companhia adquiriu a GitHub por U$ 7,5 bi. A rede, utilizada como portfólio por programadores que queiram compartilhar códigos abertos, também é uma fonte de recrutamento de novos talentos da área de tecnologia, permitindo um controle maior sobre esse mercado.
Cloud Computing
A computação em nuvem é utilizada pelas maiores empresas. O uso do big data de maneira inteligente permite a economia de milhões a bilhões de dólares. Nesse sentido a Microsoft compete de igual para igual com três grandes fornecedores de soluções em nuvem: a AWS, da Amazon, IBM Cloud, da IBM, e o Big Query, da Google.
A Azure é a solução de computação em nuvem da companhia, e um dos mais procurados em currículos de trabalho. A forte adesão ao serviço se deve a sua interface pensada para negócios com toda a expertise da companhia. Todas essas tecnologias também a posicionam para um segmento muito rentável, embora pouco comentado da sua atuação, que é a educação.
Educação
O segmento de educação é uma fonte de renda e consolidação da marca da Microsoft. Com a emissão de certificados via prova paga, a empresa garante os profissionais que são efetivamente fluentes em suas ferramentas.
Esses certificados tornam-se um novo produto a ser pago, e também criam um ecossistema de cursos das ferramentas que serve para retroalimentar a importância dos próprios softwares criados. No Brasil há diversos cursos que têm como carro chefe apresentar produtos para ensinar a operar as ferramentas da Microsoft.
Games
Outro investimento forte da empresa nos últimos tempos foi a aquisição de empresas ponta a ponta no mercado de games. Uma indústria que movimenta U$ 175 bilhões por ano, a Microsoft viu a oportunidade de se posicionar com jogos para todos os públicos.
Hoje a empresa está atrás apenas de Sony e Tenset em termos de faturamento com a produção de games. Seus estúdios têm os detaques: Mojang, dona do famoso Minecraft, da ZeniMax Media, da série Elder Scrolls e da mais recente Activision Blizzard, de nomes como World of Warcraft, Call of Duty e Diablo.
Além de todos eles, desde 2001 a companhia está no mercado de desenvolvimento de hardwares para games com o famoso XBOX. O videogame que desde seu lançamento compete com o Nintendo e o Playstation como favorito para amantes dos jogos chegou a sua mais recente versão no Xbox One X.
Bill Gates: CEO da Microsoft
O fundador da Microsoft e CEO durante boa parte da história da empresa foi um dos homens mais ricos do mundo: Bill Gates. Gates foi considerado o homem mais rico do mundo em diversos momentos da história, ocupando o quarto lugar na lista de bilionários da Forbes de 2022.
Sua fundação, Bill and Melinda Gates, é uma das principais acionistas da Berkshire Hathaway, empresa de Warren Buffett. A partir desse investimento realizam diversos aportes em causas humanitárias ao redor do mundo como signatários de um acordo de distribuição de riquezas.
Histórico da Microsoft
A Microsoft é outra das empresas de tecnologia com muito tempo de bolsa. Negociada na Nasdaq desde seu lançamento, ela é hoje uma das mais valiosas empresas do mundo, disputando o primeiro lugar com a Apple. Negociada com o ticker MSFT na bolsa americana e (a MSFT stock), e sob o ticker MSFT34 na B3, a companhia tem um histórico de lucros líquidos crescentes. No primeiro trimestre de 2022 a empresa havia registrado U$ 16,7 bilhões em lucro líquido.
Lançamento das ações
As ações da MSFT foram lançadas em 13/03/1986. Na época, mais de dois terços dos funcionários da empresa haviam sido bonificados com ações da companhia – um costume que muitas empresas em modelo de startup ainda adotam. Em onze anos as ações haviam passado por seis desdobramentos e acumulado 10.000% de alta, tornando a maioria dos funcionários dos primeiros anos da empresa em milionários.
Fundos e topos históricos
A companhia não enfrentou nenhuma grande queda desde seu IPO. Sua maior queda foi em 2009, quando perdeu um processo anti-monopólio movido pela União Europeia e fora obrigada a pagar uma multa rescisória de quase U$ 2 bi.
Seu auge foi em dezembro de 2021, quando as ações foram negociadas a U$ 342,54. Desde então o ativo desvalorizou, mas ainda é negociado, no final do primeiro semestre de 2022, a U$ 265.
Desdobramentos e Grupamentos
A companhia não passou por nenhum grupamento desde seu lançamento, mas já experimentou vários desdobramentos. Normalmente na proporção 1:2, quem detivesse uma ação da MSFT em 1986 hoje teria 288 ações, após os vários desdobramentos. O último foi em 2003.
Data de Desdobramento | Proporção |
---|---|
18/02/2003 | Proporção de 1:2 |
29/03/1999 | Proporção de 1:2 |
23/02/1998 | Proporção de 1:2 |
09/12/1996 | Proporção de 1:2 |
23/05/1994 | Proporção de 1:2 |
15/06/1992 | Proporção de 2:3 |
27/06/1991 | Proporção de 2:3 |
16/04/1990 | Proporção de 1:2 |
21/09/1987 | Proporção de 1:2 |
Valorização
Desde seu lançamento até junho de 2022 as ações valorizaram 264.790%. No último ano, entre junho de 2021 e junho de 2022, as ações saíram de um de seus maiores períodos de alta, tendo uma queda acumulada de -1,43%. Entretanto, entre junho de 2017 e junho de 2022 a valorização foi de 284%, justificando sua compra.
Como comprar ações da MSFT
Existem três maneiras de conseguir acesso às ações da MSFT: através da BDR brasileira, negociada na B3, sob os tickers MSFT34 e MSFT34F (no mercado fracionário); através de ações diretamente nas corretoras internacionais, sob o ticker MSFT na Nasdaq, e através de ETFs que tenham alguma exposição às ações da MSFT.
BDR: MSFT34
No Brasil a BDR MSFT34 é quem pareia o preço da ação americana no mercado brasileiro – com toda a exposição múltipla de riscos que é a compra de BDRs no Brasil. A proporção da BDR é de 1:24, o que quer dizer que adquiri uma BDR MSFT34, que em junho custou em média R$ 55,00, significa possuir 1/24 de uma ação diretamente no exterior. Os dividendos da empresa, que costuma pagá-los anualmente, também sofre taxação extra do investidor brasileiro.
Nasdaq: MSFT
Caso o investidor consiga alocar parte de seus recursos no exterior, ele ainda terá acesso ao ativo MSFT, negociado na bolsa Nasdaq, uma das duas principais bolsas de valores dos Estados Unidos. Mais moderna do que a Nyse, na Nasdaq o MSFT é negociado a uma média de U$ 265 a ação, com um beta (o quanto a ação oscila relacionado ao índice) inferior a 1. Isso significa que a ação é menos volátil do que a média do mercado americano, tendo apresentado crescimento constante nos últimos 20 anos.
Nasdaq: ETF’s
A empresa ainda pode ser adquirida por quem quer diluir seu risco adquirindo um ETF. Os ETFs, cestas de ações, possuem diversos ativos em sua composição, e muitos escolhem – dado o histórico de valorização e lucros – a Microsoft (MSFT) para compor seu índice.
Além disso, muitos índices de referência no mercado americano e internacional a usam para compô-lo – desde temáticas ESG até índices de tecnologia ou simplesmente empresas lucrativas e valiosas. Hoje mais de 420 ETFs diferentes possuem MSFT em sua carteira de ativos.
ETFs com maior exposição à Microsoft
Abaixo listamos os três ETFs com a maior exposição a MSFT – isso significa que esses ETFs, dentre todos os demais, possuem a maior quantidade de ações da empresa em sua composição. ETFs menores precisarão, consequentemente, de menos ações para compô-lo – mas nenhum dos citados abaixo negocia valores menores do que U$ 1 bi.
XLK
O XLK é um ETF que tem como foco empresas listadas na S&P 500 que sejam do ramo de tecnologia nos Estados Unidos. Um dos ETFs mais antigos da temática, é também extremamente específico e possui concentração de certos ativos. A MSFT corresponde a 22,24% da alocação do fundo, quando de junho de 2022.
FTEC
Um ETF baseado em índice, o FTEC acompanha o índice da MSCI USA IMI Information Technology 25/50 Index. O FTEC possui uma norma de diversificação, em que a cada ano fiscal reajusta suas quantidades para que nenhum ativo ultrapasse 25% de sua carteira. Mesmo assim, a MSFT chega quase lá. Com 18,06% de alocação no ativo, a FTEC possui uma forte concentração na empresa.
IXN
Com um escopo um pouco mais amplo do que a XLK, a IXN – Ishares Global Tech – possui ações de empresas de tecnologia e comunicações listadas na S&P 1200, um índice que acompanha mercados internacionais. Embora concentrada nos EUA (mais de 80% de seu portfólio é de lá), ela também lista empresas do Japão, Coréia do Sul, Alemanha, Holanda e Canadá. No seu portfólio a MSFT corresponde a 17,80%.