Ações da Tesla (TSLA): Entenda tudo sobre uma das empresas mais valiosas de tecnologia

Uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, a Tesla se destaca pela inovação, design e pelas polêmicas nas quais se envolve seu CEO, Elon Musk. Entenda os detalhes da companhia a seguir!

Ações da Tesla

A Tesla é uma empresa automobilística e do ramo de tecnologia com múltiplas frentes no mercado hoje. Além da fabricação de seus veículos elétricos – carro chefe da marca que carrega o nome de um engenheiro elétrico mundialmente famoso – a Tesla explora outros ramos de atuação no design, seguros e no mercado de energia. 

Com uma frota crescendo exponencialmente no Brasil e no mundo e sob a direção de Elon Musk, a empresa tem apresentado crescimento exponencial desde que reverteu os prejuízos em 2019. Desde então as ações da empresa se valorizaram e dividiram, e são avaliadas em U$ 986,95.

TSLA

O ativo é negociado na bolsa americana – a Nasdaq – com o ticker TSLA. A empresa é avaliada em U$ 1,06 Trilhões, com um volume negociado diariamente de U$ 26,4 milhões na bolsa americana. Em 2021 a empresa reportou uma receita de U$ 53,82 bi, empregando cerca de 99 mil funcionários ao redor do mundo. 

Empresas que compõem a Tesla

A Tesla em si é composta por diversas outras empresas, que foram desenvolvidas e compradas ao longo do tempo. Embora atividades de aquisição não sejam incomuns no mercado financeiro, a Tesla se destaca ao ter adquirido concorrentes e empresas sinérgicas com seus negócios. 

Foi o caso da aquisição da Hybar Systems Ltd. (valor sigiloso) e da Maxwell Technologies Inc. (U$ 200 Milhões), ambas adquiridas em 2019. Empresas chave no setor de tecnologia energética, ambas contribuíram para trazer a tecnologia de baterias para “dentro de casa”. Chave para a produção de carros elétricos, ambas as empresas ajudam a Tesla na sua produção de ponta a ponta.

Duas outras aquisições de sucesso ficaram no campo do design e manufatura de veículos automotivos: a Perbix Machine (U$ 10,5 Milhões) e a Engineering GmBH (U$ 135 milhões). Ambas as empresas foram adquiridas em 2017, e influenciaram no design do lançamento seguinte da empresa, o Model 3, primeiro sedã da marca.

Por fim, outra aquisição foi a Solarcity: uma expansão no mercado da Tesla rumo a energia solar e seu compromisso de energia verde. Comprada com um valor de U$ 2,1 bilhões em 2016. A aquisição da empresa de seus primos permitiu que Elon Musk verticalizasse o mercado de energia para sua empresa: desde a produção verde, armazenamento e consumo por parte de seus veículos.

Setores de atuação

Essas aquisições favorecem os vários setores de atuação da empresa. A diversificação nas empresas garante uma rentabilidade das operações e assegura lucros maiores do que a soma de suas partes. No entanto, um investidor que queira analisar o desempenho da empresa precisa ter em mente os diferentes setores de atuação e o que esperar de cada um deles.

Setor automobilístico

Este setor é responsável pelo design, desenvolvimento e fabricação de veículos. Paralelamente, ele ainda angaria receita através da manutenção de peças, certificação de profissionais e eventos específicos.

O setor automobilístico é famoso e recorrente no mercado, por ter inspirado, dentre outras coisas, métodos de otimização de gastos e de gestão eficiente. Modelo Kaizen, Lean e vários outros foram desenvolvidos a partir do chão de fábrica automotivo. Atualmente, as maiores fabricantes de automóveis por valor de mercado são, respectivamente: Tesla, Toyota, Volkswagen, BYD, Mercedes-Benz, Ford, General Motors, BMW, Stellants e Honda.

Em 2021, o mercado global de fabricação de veículos atingiu o patamar de U$ 2,8 trilhões. A empresa de consultoria estratégica, McKinsey & Company, divulgou um relatório referente aos principais desafios e oportunidades no setor automobilístico, tais fatores irão esculpir a indústria até pelo menos 2025. Alguns dos principais pontos são:

  • Demandas digitais com ênfase em facilidade e conectividade;
  • Redução dos custos e complexidade;
  • Maior foco em mercados regionais e outros segmentos proporcionando divergência de mercados;
  • Mudanças estruturais na indústria automobilística: os fornecedores irão agregar mais valor em soluções inovadoras para segurança/TI e entretenimento.

É importante destacar o papel dos dois principais nichos do setor automobilístico: carros de luxo e carros populares.

O primeiro perfil possui alto valor agregado em tecnologia e design, tornando-o um bem de ticket médio elevado. Já o segundo perfil ganha na quantidade, sendo vendido em larga escala. O desenvolvimento do Model 3 segue essa linha, buscando tornar os carros elétricos – especialidade da Tesla – em produto acessível para as massas nos Estados Unidos.

É importante ressaltar que deste setor derivam dois outros de atuação da Tesla: o setor de seguros, que busca estender a fidelidade do cliente para além da compra do veículo, e a de energia elétrica, que somando a geração – por meio da energia solar – e o armazenamento – por meio do desenvolvimento de baterias – podem multiplicar a renda da empresa.

Model 3, um dos carros da Tesla (TSLA)
Model 3, carro da Tesla

Setor de Seguros

Considerado um dos “setores perenes” em bolsas de valores, o setor de seguros é um dos mais seguros do mercado. Com entrada constante de caixa e prejuízos em massa ocorrendo apenas em períodos drásticos – como a pandemia de covid-19 – ele é considerado um setor estável para investidores que queiram reduzir o risco das suas operações.

A atuação da Tesla no setor de seguros gira sobretudo em torno de seus veículos. Em 2021 a empresa anunciou uma tentativa de criar um “seguro universal”, que fosse aplicada a todos os compradores do mundo.

O setor no caso da empresa de Elon Musk apresentou algumas polêmicas, ao condicionar o valor do seguro a um score de direção perigosa. Segundo a empresa, uma inteligência artificial avaliaria diversos pontos relativos a direção do contratante e lhe “pontuaria”, em uma escala de 0 a 100, com relação a segurança de sua direção. Usuários que tivessem alta pontuação teriam menores chances de acionar o seguro, e portanto, poderiam pagar menos por ele.

Setor energético

Embora a Tesla não use o setor energético para geração em massa e comércio de energia elétrica, suas aquisições no campo de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) apontam para otimização de painéis solares e criação de baterias de última geração.

Ambos os componentes são importantes para reduzir o principal custo de carros elétricos: abastecimento. O desenvolvimento dessas tecnologias encontra barreiras tecnológicas que precisam ser superadas, e aumentam a valorização da empresa em termos de cumprimento de políticas ESG.

CEO da Tesla

No entanto, a figura mais emblemática da Tesla é seu atual diretor, Elon Musk. Além de ser diretor da Tesla, foi eleito em 2022 como homem mais rico do mundo pela revista Forbes. O bilionário disputa a posição com nomes como Jeff Bezos e Bill Gates há alguns anos.

Quem é Elon Musk

Elon Musk, diretor da Tesla, em palestra TED
Elon Musk, CEO da Tesla

Elon Musk é um empresário e bilionário filantropo nascido na Africa do Sul e famoso, sobretudo, por suas polêmicas e aquisições de empresas com viés tecnológico. Além de palestrante e figura pública, Musk é a cara da maior parte de suas empresas, movimento que tem influenciado o desempenho de curto prazo das ações e criptoativos com os quais se relaciona.

Empresas administradas

Uma das características da gestão de Elon Musk é criar diversas empresas que teriam relações indiretas umas com as outras, criando um ecossistema que tem a ele como figura central. Além da Tesla, outras empresas administradas por Elon Musk são:

  • SpaceX, empresa de exploração espacial;
  • NeuraLink, empresa dedicada ao desenvolvimento de tecnologias neurais;
  • OpenAI, que busca desenvolver inteligências artificiais usadas por outras empresas das quais seja dono;
  • SolarCity, empresa dedicada a criação de painéis de energia solar e tecnologia de geração de energia fotovoltaica;
  • Twitter, rede social que rivaliza com Facebook, LinkedIn e Youtube, adquirido em abril de 2022 pelo preço de R$ 44 bilhões.

Últimas notícias

Mais recentemente, Elon Musk se envolveu em duas grandes polêmicas: a primeira delas, envolvendo o governo Boliviano, e a segunda, a rede social Twitter.

No dia 24 de julho de 2020, em plena pandemia, Elon Musk publicou um tweet escrito “daremos golpe em quem quisermos!”. Essa frase fazia referência a outro tweet que criticava sua atuação na eleição de Evo Morales, na Bolívia. Segundo reportagem do Brasil de Fato, objetivo do bilionário seria ter acesso ao lítio presente nas terras bolivianas.

Mais recentemente, no dia 4 de abril, Elon Musk consolidou a compra de 9% do Twitter (TWTR). A compra, embora tenha vindo sem a possibilidade de se tornar membro do Conselho, pegou o mercado de surpresa e tem sido investigada por agências governamentais nos Estados Unidos. No dia 14 de abril, Musk ainda se propôs a gastar R$ 44 bilhões comprando o restante das ações do Twitter e fechando seu capital, removendo-o da bolsa. Até o final de abril a compra tinha sido ratificada pela empresa, mas nenhuma mudança fora feita.

Histórico da TSLA

A companhia não foi fundada por Elon Musk, como muitos imaginam, mas por Martin Eberhard e Marc Tapenning, em julho de 2003. Elon Musk só foi se tornar um dos sócios na rodada A de investimento fechado, contribuindo com U$ 6,5 milhões dos U$ 7,5 milhões levantados no período. No entanto, graças a um processo que ocorreu em 2009 entre os fundadores originais e novos diretores trazidos por Musk, cinco pessoas hoje dividem o nome de “fundadores”: Elon Musk,  J. B. Straubel, Ian Wright, Martin Eberhard e Marc Tapenning.

Lançamento das ações

A companhia realizou seu IPO (Initial Public Offering) na Nasdaq em 29 de Junho de 2010. Foi a primeira empresa automobilística nos Estados Unidos a realizar um IPO desde a Ford, em 1956 – um mercado altamente concentrado e com poucas margens de entrada, foi representativo do esforço de Musk e da nova postura da Tesla. A oferta inicial foi realizada através da emissão de 13,3 milhões de ações ordinárias a U$ 17/ação, levantando U$ 226 milhões.

Fundos e topos históricos

A Tesla atingiu seu topo histórico a pouquíssimo tempo – primeiro de Novembro de 2021, para ser preciso. Na Nasdaq o ativo atingiu U$ 1.144,72 de valor de mercado. Diferente da B3, onde é de praxe que ativos que saiam do seu IPO desvalorizem em pouco tempo, a Nasdaq costuma apresentar ganhos das empresas que se lançam ao mercado, sendo o menor valor U$ 3,48 (adaptando-se o valor aos desdobramentos e grupamentos).

Desdobramentos e Grupamentos

As ações da Tesla nunca passaram por nenhum grupamento, e seu primeiro desdobramento ocorreu recentemente, em dezembro de 2020 – no decorrer do ano seguinte, o ativo valorizou 44%.

Valorização

A valorização total desde o IPO até primeiro de janeiro de 2022 foi de 26743,75%, valor astronômico no intervalo de 17 anos. 

Como comprar ações da Tesla

Para conseguir se tornar um investidor da Tesla e dividir parte do crescimento com os demais acionistas, é necessário atentar para os diferentes tickers negociados pelo ativo nas principais bolsas acessíveis aos brasileiros. Também é possível adquirir ações da Tesla como parte de uma carteira administrada. Confira alguns dados sobre os ativos e como adquirí-los:

BDR: TSLA34

A Tesla é negociada na B3 desde 22 de outubro de 2020. O ativo sofre as volatilidades naturais para uma BDR, e no primeiro dia útil do ano estava sendo negociada a R$ 212,00. O BDR possui lastro de 4:1, isto é, uma ação corresponde a quatro BDR’s.

Nasdaq: TSLA

Já as ações diretamente na bolsa americana possuem o ticker TSLA (Nasdaq) e possui um volume médio de circulação de 24 milhões de dólares por dia. O beta da ação na bolsa americana é de 2.08, o que significa que ele oscila com mais força do que índices de ETF.

Nasdaq: ETF’s

O ativo ainda faz parte de ETF’s responsáveis por gerenciar cestas de ações. A Tesla está presente em 295 ETF da bolsa americana, com U$ 65 milhões de dólares em ações detidos por esses ativos. 

ETFs com maior exposição a Tesla

Listamos a seguir os ETF’s com a maior exposição a Tesla – esses são fundos de índice que possuem, na sua cesta de ações, a empresa Tesla, junto com outras. Um ETF com maior exposição a um ativo é um ETF em que esse ativo tem mais peso – em outras palavras, significa que quando você compra esse ETF, a maior parte do dinheiro investido se traduz nas ações da empresa com maior peso.

No Brasil, por exemplo, o índice Ibovespa possui algumas ações como sendo as mais pesadas na bolsa: Petrobrás, Vale, Itaú e Bradesco. Movimentos mais graves envolvendo qualquer um desses ativos tendem a levar a altas e baixas da bolsa.

XLY

O fundo XLY é um ETF de Consumer DiscretionaryEquities, o que significa que ele replica o índice baseado em empresas chamadas no Brasil de “supérfluos”, ou seja, de artigos não essenciais. No entanto, no inglês, a tradução mais correta seria “discriminação do consumidor”: em outras palavras, itens consumidos porque as pessoas gostam. Ele é emitido pela State Street e tem uma estratégia de crescimento com empresas do setor nos Estados Unidos. As ações da Tesla compõem quase 20% do total do ETF.

VCR

Também baseado no Consumer Discritionary Equitie, o VCR – Vanguard Consumer Discretionary- é um dos principais rivais do XLY ao abordar esse segmento. Com uma maior diversificação de ativos – mais de 200 em carteira – o VCR é mais indicado para investidores que sigam uma estratégia buy and hold. Neste ETF as ações da Tesla correspondem a 16% do total: a segunda com maior exposição ao ativo.

FDIS

Similar ao VCR, é uma outra opção para quem quer exposição a esse setor. Útil para investidores que façam uma rotatividade da carteira, o FDIS – Fidelity MSCI Consumer Discretionary Index ETF – é operado pela Fidelity e existe desde 2013 no mercado de ETF’s americanos. Nele, a Tesla possui uma posição de 14,6% da carteira.

FNGS

Fugindo do perfil do Consumer Discretionary, o FNGS – MicroSectors FANG+ ETN – é um fundo de large caps, isto é, grandes empresas com potencial de crescimento. A estratégia é expor o investidor a algumas das consideradas cinco principais maiores empresas de crescimento. São elas: Facebook, Amazon, Apple, Netflix, e Google Alphabet Inc. Além dessas empresas, o Fang também investe em outras cinco, em menor escala: Alibaba, Baidu, NVIDIA, Tesla e Twitter. A Tesla compõe 12,17% do total do ETF.

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